sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cunha, terra da cerâmica

Cunha é um santuário da cerâmica no Brasil. Entre as montanhas de São Paulo, quase no Rio de Janeiro e próximo a Paraty, abriga diversos ateliês em sua extensão. O ar é muito limpo e entrando em cada ateliê pode-se observar o que cada qual tem seu estilo próprio na arte da argila...
O povo é calmo e amigável, hospitaleiro e sossegado. Andando por entre as ruazinhas de Cunha, as placas dos ateliês vão aparecendo com as frases: entre! ou bem vindo! Ao entrar, as peças ficam expostas bem na entrada, para que o visitante possa "degustar" da produção local. Mais ao fundo, os ateliês, aonde os artesãos trabalham e onde os fornos ficam. A maioria deles é de queima noboriogama, forno este com diversas câmaras por onde o calor do fogo se espalha durante as queimas. Além de tudo isso, as peças são queimadas a lenha dando um tom dourado (queimado) ao barro final.
Gostei muito do ateliê da Mieko, em Vila Rica, com suas peças que misturam a tradição milenar japonesa com um toque arrojado vindo de sua criatividade. Têm o ateliê do Carvalho, cujas peças (algumas) são queimadas no raku e estilisadas pelo próprio artista de forma genial: formas geométricas, motivos de flores em vasos que passam por até cinco queimas...! Realmente deslumbrantes!
O ateliê Gaia mostra um estilo mais romântico e delicado. O Toledo, a tradição espanhola misturado com escultura para lá de exótica. O da Clélia Jardineiro é feminino ao exibir sua produção de pratos com rendas "estampadas", em tons de terracota, branco, rosa e azul claro, impressionante como são delicadas as peças.
O ateliê Gallery Tokai foi um dos que mais me agradou. Como o o Marcelo, marido da Luciane (ambos ceramistas) é mergulhador, ela se inspira em formas marítmas em suas peças, tanto utilitárias como escultórica, de alta temperatura e queima a gás a 1280ºC.
Numa ruazinha para baixo da Vila Rica, em um ponto "estratégico" temos a Oficina de Cerâmica: peças finíssimas de muito bom gosto e o melhor de tudo...: em conta! A temperatura da queima é alta, a 1350ºC. São xícaras, travessas, tigelas, sopeiras, vasos e peças artísticas com cores atraentes de esmaltes.

Em Cunha temos as queimas: a gás, em forno a lenha noboriogama,em forno raku, em forno ocidental a lenha e em forno elétrico.

Em diversos sábados (como no carnaval e em outros feridos) eles fazem queimas abertas ao público dos fornos, com demonstrações e happy hour.

Dia 28 de maio é o dia do ceramista.

O FESTIVAL DA CERÂMICA DE CUNHA acontece no mês de outubro com muitas atrações, bem como: exposição coletiva dos ceramistas de cunha; demonstrações de torno, modelagem e escultura; oficina de cerâmica "Barro na Rua".

Todos este eventos* são realizados pela Cunha Cerâmica. Contato: (12) 3111-1167 ou (12) 3111-1716.
Rua José Arantes Filho, 286 - Vila Rica - Cunha.

*Estes eventos têm como objetivo despertar o interesse social pela cerâmica de crianças e jovens estudantes de Cunha, das redes pública e particular, bem como promover o interesse pela arte, estimular a percepção estética, e ao mesmo tempo, a valorização da produção artística e cultural do meio em que estão inseridos.

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